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Sheila Ortega – Manuais de sobrevivência
Em seu trabalho, Sheila Ortega, nos transfere para diversos espaços da casa (a cozinha, a sala, o quarto, a lavanderia) como também para a rua, a cidade e aos espaços urbanos.
São pinturas, fotografias, vídeos e instalações que formalmente podem remeter à natureza-morta mas cujos desdobramentos falam mais sobre o espaço precário, excessivo que os objetos ocupam no mundo, tanto do ponto de vista da arquitetura e espacialidade (seu caráter material), quanto da subjetividade, memória e tempo (imaterial).
Com esta pesquisa a artista busca discutir como nos apropriamos das coisas do mundo, trazendo à tona seus vários sentidos, revelando possibilidades de manipulação e combinações. As relações entre os elementos que constituem os trabalhos se dão por meio de dois vieses: a construção de um cenário afetivo entre os elementos e a construção com objetos que não pertencem ao mesmo universo de utilidades ou ambientes.
Os objetos escolhidos são comuns, facilmente identificáveis. O acúmulo e excesso desconstroem a unidade de cada objeto selecionado cuidadosamente, o resultado deste trabalho sugere um diálogo entre objetos, entre cores, transcendendo suas características particulares e pertinentes às suas funções. A soma e o acúmulo formam nesta obra uma rede única de interrelações visuais.
É diante dessas considerações que a artista se questiona: “por que nos afeiçoamos às coisas? Por que guardamos objetos e os acumulamos? Quais sentidos os objetos nos reservam? Por que guardamos tanta memória em forma de objetos? Quais são as memórias que dispomos para compor nossos manuais de sobrevivências?”.
Saiba mais sobre a artista neste link.