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Luana Lins – Colecionismos sobre gênero
Lançando mão de diversas linguagens, como vídeo, fotografia, pintura, colagem e instalação, Luana Lins trata de padrões sócio-comportamentais, principalmente de gênero, em seus trabalhos. O colecionismo de imagens e textos surge como forma de observar como a figura feminina tem sido retratada ao longo dos séculos XX e XXI em diversas mídias, do cinema à literatura. São capas de romances, pôsteres de cinema, frases recortadas de livros, trechos de filmes e vídeos coletados da internet que formam uma espécie de catalogação de construção de uma imagem do feminino. Imagem e texto se complementam no trabalho da artista. A palavra, escrita ou oral, é referência e corpo de trabalho.
Na série Sabrinas capas de romances de banca de jornal que fizeram sucesso nos anos 1980 e 1990 são impressos em telas e recebem camadas de pintura em algumas partes. O comum, que por vezes é banalizado ou passa despercebido, é ampliado e tem trechos destacados, evidenciando características desse tipo de publicação. Na série Boca do Lixo o mesmo procedimento se aplica a pôsteres de filmes pornochanchadas da década de 1970.
Enquanto a capa e imagem são a matéria para as séries anteriores, nos autorretratos o oposto acontece: são os textos que definem a imagem. Frases retiradas de livros de etiquetas ou autoajuda intitulam as obras e dão o ponto de partida para a produção das fotografias.
Entretempos une imagens retiradas de um livro de 1952 a frases publicados nos mesmos romances usados na série Sabrinas. Em Eyeful – glorifying the american girl a imagem desaparece por completo: as chamadas das capas da revista americana de mesmo nome protagonizam a instalação de pinturas.
No vídeo Mulheres Rodadas Luana se desloca do universo dos impressos e se apropria de expressões de misógina atual para compor uma colagem de cenas extraídas do cinema e da internet.
Mais informações sobre a artista aqui.