Ações da Sotheby’s sobem 7.5% esta semana…

Desde a abertura da bolsa na segunda-feira, 29 de julho, as ações da Sotheby saltaram 7,5%, para fechar em 45,00 dólares ontem, 31 de julho de 2013.

Em uma declaração emitida segunda-feira, A Marcato Capital Management, um fundo de hedge, divulgou uma participação de 6,61% na Sotheby, chamando as ações da casa de leilões “subvalorizada” e um “investimento atraente.” Várias reportagens já mencionado interesse particular do Marcato em propriedades imobiliárias da Sotheby, além de ser considerada uma empresa de investimento ativista que busca ações de valor. Auction_Sothebys_Bacon

Mas porque eu estou postando esta informação aqui? Elementar… qual o interesse de um fundo que tem participação em uma empresa de dizer ao mundo que ela é um investimento interessante? Quando mais pessoas “comprarem” [literalmente] esta informação, mais eles ganham… 

Isso também acontece com obras de arte… esta semana ouvi, de um colecionador, a seguinte frase: “Bernardo Paz fará um pavilhão no Inhotim para o Luiz Zerbini…enfim acertei …” 

Me causa estranhamento este conceito de “comprei certo/comprei errado” porque como eu costumo dizer, quem compra o que gosta, não erra nunca… independente do quanto vai valorizar, a relação com aquele objeto é outra… erra quem não constrói o próprio olhar, quem vai na conversa dos outros… “compra que vai bombar” … É muito comum ouvir nos corredores de feiras, nas galerias que determinado artista é um “blue chip”, mesma terminologia usada para designar as ações das empresas mais bem cotadas na bolsa de valores, as “ações de primeira linha”, ou seja as ações com mais liquidez de mercado. Vamos combinar que arte é sim um bom investimento, sabemos disso, mas não tem liquidez imediata. Quem comprou, se arrependeu e está tentando vender sabe bem o que é isso… demora…

O termo Blue Chip veio dos cassinos, no pôker as fichas azuis [blue chips em inglês] são as mais valiosas… mas não estamos em cassinos, ou mesmo jogando na bolsa. Acho necessário controlar – pelo menos um pouco – o excesso de especulação no mercado de arte. Para o bem de todos.

Para isso, é necessário estudar,  treinar o olho, conversar com os artistas, ver as obras, se você se relaciona com elas, aí sim, compre. Porque você gosta, porque te tocou de alguma forma, não porque alguém te disse que é a melhor coisa que há. Ou que já está estabelecido pelo mercado…

Aproveito para colocar o link  com a entrevista que eu dei para o caderno da Folha de São Paulo, na época da SP Arte, falando exatamente sobre isso.

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